Eu não sei bem o que é isso. Dessa sombra insurgem lágrimas contra as quais não devo lutar. Esse meu interior tão sincero não é meu verdadeiro inimigo.
A verdade é que essa insegurança está me matando. Todo ser humano a tem dentro de si, é verdade, em doses diferentes. Eu sempre a senti borbulhar dentro de mim. Mas é agora que ela parte para o ataque. Ela evoluiu.
Deixou de ser coisa boba de vestibular, de sucesso, de conquistar os próximos. E é exatamente essa transição que me abalou. Porque foi assim que eu notei, pela primeira vez, que essa não é a vida que eu quero.
Eu não quero! Não quero uma vida de fingimentos, uma vida onde eu tenha que agradar a todos e corresponder a suas expectativas, estressar-me por individualidades e individualismo! Eu sou diferente disto! Sou diferente daqueles que só querem beleza e dinheiro! Eu quero mais! Eu quero aquela euforia toda de novo! Eu quero ouvir as vozes em coro, anunciando um mundo ilusório e condenável pelas autoridades!
Eu quero a rebeldia eterna que grita pela paz. Todo o paradoxo do prazer advindo da dor. Eu cansei, cansei de contrarreformas, de protestar só com os olhos furiosos. A última coisa que quero agora é me conformar.
Meus sonhos estão espalhados pelas nuvens e um dia conseguirei alcançá-los. Eu e todos aqueles que correm com suas próprias pernas por sua própria humanidade. Que veem na cômica realidade o humor negro circulante, manchada de sangue nos cantos, discretamente isolada do mar caótico que dela mesma surge. Se choro, é em agradecimento àqueles que me fizeram levantar. Se choro, é de saudades, é de vontade desesperada de mudar.
Não contra a morte, não contra a chuva, mas contra a dor. Contra a dor que a minoria sente quando o desrespeito mata sua existência. Contra a dor que eu sinto ao me sufocarem para entrar nos trinques.
Contra o desespero que me abate de ter essa vida tão comum e irrisória. O medo que tenho da normalidade.
Do you know your enemy?

Jô, querida. Encontrei-me em seu texto. Por que as coisas não podem ser diferentes do que tentam nos impor? Por quê?
ResponderExcluirTalvez seja o inútil e velho "sempre foi assim". Mas o dolorido "sempre foi assim" é bom pra quem? Pra quem está ganhando, não para os que perdem.
Continuando com o "sempre foi assim", li uma coisa outro dia que me deu vontade de escrever sobre essa mesmice. Eu estava estudando a Idade Média e me deparei com as origens do celibato. Pois é, descobri que o celibato surgiu na época do feudalismo, pois a Igreja não queria dividir seu território com a futura família de seus religiosos. E hoje em dia virou uma questão moral. Aha, sei bem o moral.
Isso é meio revoltante. Uma série de coisas são impostas a você, sendo que você não nem o porquê de ter que fazer tal coisa.
Enfim... Acho que o grande trunfoo, realmente, é conhecer nosso inimigo.
Mas...
Do you know your enemy?
Como saber quemé o verdadeiro inimigo?
Será que não somos nós mesmos? Mas nós não somos frutos de séculos de imposições?
Encerro por aqui, senão vou bater recorde de quilometragem.
Acho que vou escrever um texto e inaugurar um blog também.
Beijos, Jô.
arrepiei.
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